Sábado estarei viajando para participar de um evento futebolístico daqueles que vale cada quilômetro de estrada (inclusive o trecho esburacado da RSC 453, entre Lajeado e Venâncio Aires que, mesmo com pagamento de tarifa de pedágio está difícil transitar): O 9º Encontro dos Amigos do Carola.
João Ediselmo Rodrigues, o Carola, 64 anos, nasceu no interior do município de Cachoeira do Sul. Ainda menino, mudou-se com a família para a cidade. “Lá passava horas jogando pelada com a gurizada no campinho de futebol do bairro”, lembra. Em 1974, Carola – que recebeu o apelido devido a errar o nome da panela caçarola, chamando-a de “panela carola” – iniciou a carreira no juvenil do Cachoeira FC. E em 1980, ascendeu ao time profissional do alvirrubro.
Dono de chute forte, Carola se destacou como exímio batedor de faltas. E rodou por várias equipes Rio Grande a fora. “Em 1988, o Juventude venceu na final o Ferreira, no Estádio Joaquim Vidal, e conquistou o campeonato amador citadino. Eu era o ala esquerda do Juventude e você, Sérgio Almeida, o centroavante do Ferreira”, contou, me fazendo recordar de um tempo bom.
Em 1981, quando Carola já era jogador consagrado, eu estava dando meus primeiros chutes no sub-15 do Cachoeira FC. Num tempo em que se jogava com amor à camisa do seu time, eu assistia aos jogos do Cachoeira FC pelo Campeonato Gaúcho, e sonhava alto: “Um dia quero ser um jogador de futebol como eles”.
No ano passado, convidei Carola – que atualmente reside em São Pedro da Serra, cidade 100 km distante da capital – para a 5ª Edição do jogo beneficente do ASA (Amigos do Sérgio Almeida). E agora, mostrando que a bola produz amizades que se leva para toda vida, ele retribuiu o convite, corroborando com a frase de Nelson Rodrigues: “No futebol, o pior cego é o que só vê a bola”.