Quarta-feira se celebrou (a nível extraoficial, já que não há uma lei que oficialize a data), o dia daquele que, mediante a escrita expressa emoções, sentimentos e sensações: o Poeta.
Viver a poesia é se comunicar por meio dos sentidos com os acontecimentos que se passam ao redor. Como escreveu Tamires Venzel: “Ser poeta é muito mais do que apenas escrever, é colocar sentimentos em um papel”.
Um poema permite que se lancem múltiplas leituras sobre ele, pois não é um texto de compreensão e significação únicas. Para saber se isso é verdade, basta ler Dayvton Almeida: “A arte de escrever poesias é igual a chupar limão! Duvido fazer a mesma careta com o mesmo limão!”. Ou o mestre das palavras, Mario Quintana: “O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede: conheço um que já devorou três gerações da minha família”.
Eu tenho uma veiazinha poética. Meu tio-avô Francisco Corrêa da Silva, o tio Chico, que morava no Irapuá, interior do município de Caçapava do Sul, escrevia versos à caneta no caderno. Eu gostava de ler seus poemas quando criança. E até escrevi alguns. O amigo Tiago Vargas, colunista literário e blogueiro, os publicou em seu Blog da Poesia. E como alguém disse que todos temos um pouco de poeta dentro de nós, permita-me apresentar-lhe o poema “Quem é essa…”, sobre o momento em que vi a Marta – que viria a se tornar minha esposa – pela primeira vez.
“Quem é essa…
Com jeito inocente de menina e sorriso provocante de mulher?
Seu olhar tímido e envolvente é como um poema difícil de entender…
Que faz o coração palpitar, sem precisar nada dizer.
Seus esvoaçantes cabelos ao vento,
Lembram a bela que saiu pra rua sem se olhar no espelho.
As covinhas de seu rosto são como nuvens,
Que vêm e vão na imensidão de um céu ventoso…
E eu ali parado… calado…
Como um bobo apaixonado, sem reação…
Que sente o vento soprar em sua direção”.
Gostou? Espero que sim, pois como se costuma dizer: “De poeta e louco todo mundo tem um pouco”. Apesar que se vê mais loucos que poetas por aí...